Viva o conhecimento.

Viva o conhecimento.
''Uma vida não examinada não merece ser vivida''._SÓCRATES

sexta-feira, 17 de janeiro de 2014

SENSO COMUM E OLHAR CIENTÍFICO_ 1ºANO DE SOCIOLOGIA



 Olhamos o mundo e parece que simplesmente vemos as coisas tal como elas são. Entretanto, ao olhar alguma coisa e nomeá-la, é preciso ter antes uma ideia do que ela seja; as pessoas têm em suas cabeças alguma ideia do que é um carro, e, por isso, quando veem diferentes carros, podem dizer que viram um.
O olhar humano sempre está repleto de prenoções sobre a realidade que nos ajudam a compreendê-la. E elas estão repletas de conhecimento do senso comum. O conhecimento do senso comum é uma forma válida de pensamento, mas não é o único possível. Há, por exemplo, o conhecimento científico.
O conhecimento científico muitas vezes parte do senso comum para olhar a realidade, mas ele sempre precisa ir além do senso comum.
Nosso olhar nunca é um olhar neutro, ele está sempre repleto dessas prenoções que vêm do senso comum. Para lançar um olhar cientifico para a realidade é necessário afastar-se dessa forma de observá-la.

Por que é preciso afastar-se do senso comum?
Porque Ciência não se faz baseando-se no senso comum.

Na verdade, toda construção científica é um lento processo de afastamento do senso comum. Não se pensa sociologicamente imerso no senso comum. O problema é que estamos imersos nele. Nossa maneira de pensar, de agir e de sentir está repleta desse tipo de conhecimento. Apesar de ser uma forma válida de conhecimento, não é ciência. A ciência se constrói a partir de um cuidado metodológico ao olhar a realidade que procura se afastar dos juízos de valor típicos do senso comum.


Algumas características do senso comum:
·         Imediatista: o senso comum se caracteriza muitas vezes por ser extremamente simplista, ou seja, muitas vezes não é fruto de uma reflexão mais cuidadosa. Não se preocupa em definir nada muito bem, não tem, portanto, preocupação com a terminologia que emprega.
·         Superficial: a superficialidade dessa forma de conhecimento está relacionada com o fato de que ele se conforma com a aparência, “com aquilo que se pode comprovar simplesmente estando junto das coisas: expressa-se por frases como ‘porque vi’, ‘porque senti’, ‘porque disseram’, ‘porque todo mundo diz’
·         Acrítico: outra característica é o fato de ele ser, muitas vezes, uma forma de conhecimento acrítico, ou seja, não estabelece uma visão aprofundada do que vê, não questiona o que é dito.
·         Cheio de sentimentos: muitas vezes nossa visão da realidade é excessivamente marcada pelas nossas emoções, e as emoções normalmente tiram a objetividade da pessoa, pois são pessoais e não estão baseadas na razão. Elas podem fazer com que ajamos de forma irracional.
·         Cheio de preconceitos: ele muitas vezes é repleto de preconceitos. O preconceito é o conceituar antecipadamente, ou seja, é a atitude de achar que já se sabe, sem conhecer algo de verdade, pois usa explicações prontas que estão repletas de juízos de valor. Portanto, a atitude preconceituosa com relação à realidade e a tudo o que a cerca é aquela da pessoa que julga sem conhecer, com base no que acredita que é ou no que deva ser.
 O olhar que evita essas posturas relacionadas ao senso comum é o olhar do estranhamento.

REFERÊNCIAS:

Caderno do Aluno_ESTADO DE SÃO PAULO: 1º Ano

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

PLANO DE AULA: A POLÍTICA MODERNA E A FILOSOFIA DE MAQUIAVEL

                                                               Autor: Professor Michel Gustavo. 
Tema: A política na Modernidade a partir da Filosofia de Maquiavel.
Justificativa: apresentar a concepção filosófica de Maquiavel sobre a Política aos alunos contextualizá-la de maneira que eles venham a compreender que o pensamento político de Maquiavel é muito relevante na atualidade, pois, a maioria dos nossos governantes segue os seus preceitos, em especial, os apresentados na sua obra-prima: O príncipe.

Objetivos: oferecer uma noção sobre o conceito de modernidade, estimular a criticidade dos alunos em relação ao acontecer político atual e oferecer subsídios teóricos para que os mesmos possam compreender que a nossa sociedade é violenta, injusta e, que apesar de toda a carga pejorativa (maquiavelismo, maquiavélico) que engloba o nome Maquiavel, sua teoria política é quase que um retrato fiel da nossa realidade social e política.

1ª ETAPA: 1ª Aula; Iniciarei a aula expondo o assunto que será discutindo nas próximas 5 aulas, falarei da proposta da confecção do cartaz sobre os acontecimentos políticos mundiais da atualidade. Pretendo escrever na lousa as principais premissas de Maquiavel sobre a política.

2ª ETAPA: 2 ª e 3ª Aulas; Pretendo primeiro explicar o pensamento de Maquiavel e contextualizá-lo, trazê-lo para os nossos dias, logo após, levarei os alunos à sala de computação da escola para fazerem um levantamento bibliográfico sobre o filósofo e irei propor a formação de grupos de pesquisa e a composição do cartaz e de um breve texto dissertativo sobre o pensamento do filósofo.

3ª ETAPA: 4ª E 5ª aulas; Término da composição dos cartazes, dos textos dissertativos. Exposição oral e visual dos cartazes de cada grupo. E para finalizar complementarei o que for exposto pelos alunos sobre o pensamento de Maquiavel e sobre a política atual.

            Metodologia:
            >Exposição das principais premissas do corpo teórico de Maquiavel na lousa.
            >uso da internet da escola para o levantamento bibliográfico do autor.
            > propor grupos de cinco alunos para fazerem um cartaz contendo as informações recentes sobre os acontecimentos políticos no mundo.
           
Avaliação: será avaliado o conteúdo elaborado no cartaz, seja os dados políticos da atualidade, assim como o texto dissertativo sobre o filósofo e a exposição do mesmo pelos alunos e também sua participação no decorrer das aulas.

Materiais utilizados: lousa, giz, papel ( cartaz) e computadores.

Referências Bibliográficas:
CHAUÍ, Marilena. Convite à filosofia. São Paulo: Editora Ática, 1997.
MAQUIAVEL. O príncipe; tradução de Antônio Caruccio-Caporale. Porto Alegre: L&PM POCKET, 2007.


           

             




PROPONDO MAIS 7 TEMAS TRANSVERSAIS ALÉM DOS INSTITUÍDOS PELOS PCN's



temas transversais 3


Os PCN’s instituem os temas transversais em 6 áreas:
1. Ética que compreende respeito mútuo, justiça, diálogo e solidariedade.
2. Orientação Sexual que compreende o corpo como matriz da sexualidade, relações de gênero, prevenção de doenças sexualmente transmissíveis.
3. Meio ambiente que compreende os ciclos da natureza. sociedade e meio ambiente, manejo e conservação ambiental.
4. Saúde que compreende auto cuidado e vida coletiva.
5. Pluralidade Cultural que compreende a vida das crianças no Brasil, o ser humano como agente social e produtor da cultura e cidadania.
6. Trabalho e Consumo que compreende as relações de trabalho (trabalho, consumo, meio ambiente e saúde, meios de comunicação de massa, publicidade, vendas, direitos humanos, cidadania).
Quando se trabalha temas transversais na escola tem-se a facilidade de integrar as ações de modo contextualizado através da interdisciplinaridade e transversalidade organizando as várias disciplinas num eixo único para se trabalhar os conhecimentos de modo coordenado.
Além destes temas instituídos pelos PCN’s  propomos outros temas para se trabalhar, os quais irão ajudar a tratar questões importantes e urgentes para nossa sociedade, questões estas como o individualismo exacerbado e suas consequências, a violência em todos os seus aspectos, a falta de informação ou a informação equivocada que leva a mortes ou ações desnecessárias e a falta de responsabilidade de muitos cidadãos em assumir seus próprios atos ao agir inconsequentemente.
Os temas propostos podem estar identificados nas áreas da ética, da orientação sexual, do meio ambiente, da saúde, da pluralidade cultural ou do trabalho e consumo, porém estes recebam nomes específicos e focalizam ações específicas.
São eles:
Aliança ou pacto que compreende acordos que as pessoas podem estabelecer entre elas os quais objetivam a realização de fins comuns e a responsabilidade em assumir as consequências quando o acordo é rompido sem consenso das partes envolvidas.
Auto Governo que compreende assumir responsabilidades pelos próprios atos. Quanto mais auto governo se tem pelas próprias ações, menos controle se receberá de outras pessoas.
Caráter que compreende a soma de hábitos, virtudes e vícios das pessoas (traços morais da personalidades de cada um) que devem ser tratados na escola.
Individualidade que compreende que cada ser humano é único com suas características e particularidades que distinguem os indivíduos. Não existe dois seres humanos iguais.
Mordomia que compreende que cada um deve ter a responsabilidade de cuidar de tudo que lhe vier às mãos, sendo de suas posses ou de outros.
Soberania que compreende que embora a educação seja laica, o ser humano tem curiosidade de saber sobre sua origem e da origem de todas as coisas  que existe e que há um ser que é soberano e que sustenta o firmamento no céu e que controla os limites dos mares e que criou a engrenagem do corpo humano com um cérebro fantástico e que criou as flores, etc. E que esse ser supremo é Deus.
Semeadura e Colheita que compreende que tudo aquilo que se plantar se colherá, ou seja, toda ação tem uma reação, cada ato traz uma consequência se positivo, positiva se negativo, negativa.
Os temas transversais instituídos pelos PCN’s permeiam todas as áreas do conhecimento do currículo escolar e atendem a necessidade de um trabalho mais significativo e expressivo de temáticas sociais na escola, enquanto que os temas propostos neste texto atenderá além das temáticas sociais, também as temáticas psicológicas. São temas que envolvem aprender sobre a realidade para interferir nesta realidade a fim de transformá-la.
                                                                                          
                                                                                           De: Eliane. S. Silva

Fontes:
- Canal do Educador – Amélia Hamze.
- Wikipédia
- F.A.C.E. Fundação para a Educação Cristã Americana – Rosalie Slater e Verna M. Hall.

DESCARTES, O PAI DA FILOSOFIA MODERNA


René Descartes [1596-1650], francês,  é considerado o pai da filosofia moderna.

Descartes tinha como projeto filosófico criar uma Ciência confiável e afirmava que, para conhecermos a verdade, é preciso, de início, colocarmos todos os nossos conhecimentos em dúvida, questionando tudo para criteriosamente analisarmos se existe algo na realidade de que possamos ter plena certeza. 

Descartes realiza a dúvida hiperbólica para chegar a primeira verdade absoluta. Para que, a partir dessa verdade absoluta, possa criar uma ciência verdadeira. Para pensar corretamente, é preciso antes abolir todos os privilégios e toda a autoridade dos mestres; é preciso colocar em cheque todos os pressupostos, todas as filiações, todos os medos, e valer-se apenas daquilo que é comum à humanidade inteira: a razão. O dom de distinguir o falso do verdadeiro existe em todos os homens, argumenta Descartes - o problema é que a maioria deles contenta-se com verdades parciais ou incompletas, que foram herdadas.
DESCARTES NÃO QUERIA APENAS DUVIDAR DE TUDO POR DUVIDAR, APENAS, QUERIA POR A PROVA A VERACIDADE DO CONHECIMENTO TRADICIONAL.

O primeiro alvo da dúvida cartesiana são nossas certezas mais imediatas - aquelas fornecidas pelos sentidos. O filosofo foi considerando como incertas todas as percepções sensoriais, todas as noções adquiridas sobre os objetos materiais. E prosseguiu assim, cada vez mais colocando em dúvida a existência de tudo aquilo que constitui a realidade e o próprio conteúdo dos pensamentos.

Como resultado da aplicação da dúvida, pôs-se em causa toda a dimensão dos objetos, quer sensíveis quer inteligíveis. Foi tudo posto em causa, ou seja, reina o cepticismo: tudo é falso, nada é verdadeiro, isto é, nada resiste à dúvida. Contudo, quando a dúvida atinge o seu ponto máximo, uma verdade indubitável vai impor-se. SE EU DUVIDO EU PENSO SE EU PENSO, LOGO EXISTO.

→ A dúvida é um ato do pensamento que só é possível se existir um sujeito que o realize. A condição de possibilidade do ato de duvidar é a existência do sujeito que pensa, ou seja, duvidar é um ato que tem de ser exercido por alguém. Logo, a existência do sujeito que duvida é uma verdade indubitável: “Penso, logo existo.”, ou seja, eu duvido de tudo, mas não posso duvidar da minha existência como sujeito que, neste momento, duvida de tudo. “Duvido, logo existo.”
Chegou a duvidar da própria existência. Finalmente, estabeleceu que a única verdade totalmente livre de dúvidas era a seguinte: mesmo quando coloco tudo em dúvida, meus pensamentos existem. Disso decorre a célebre conclusão de Descartes. Penso, logo existo. Essa é a sua primeira verdade absoluta.
Em outras palavras, Descartes conclui que, por mais que o ser humano duvide de tudo, ele estará pensando enquanto duvida.

A SEPARAÇÃO ENTRE A RES COGITAN E A RES EXTENSA, O PENSAMENTO E O CORPO.
É preciso esclarecer que o Descartes era um filósofo que acreditava muito no poder da razão humana. Ou seja, Descartes, foi um racionalista convicto, recomendava que desconfiássemos das percepções sensoriais, responsabilizando-as pelos freqüentes erros do conhecimento humano.

Assim, o ser humano era para ele, uma substancia essencialmente pensante. O pensamento é algo mais certo do que a própria matéria corporal. Descartes concluiu assim que aquilo que pensa (o sujeito) é alguma coisa diferente daquilo que é pensado (o objeto).

Res Cogitan é a manifestação do espírito, o raciocínio lógico do Sujeito Cognoscente.
Res extensa, é o corpo e o mundo exterior.

Da sua obra-Discurso do método, podemos destacar quatro regras básicas, capazes de conduzir espírito na busca de verdade:

1- Regra da evidencia –só aceitar algo como verdadeiro desde que seja absolutamente evidente por sua clareza e distinção.
2- Regra da análise – dividir cada uma das dificuldades surgidas em tantas partes quantas forem necessárias para resolve-las melhor.
3- Regra da síntese – ordenar o raciocínio indo dos problemas mais simples para os mais complexos.
4- Regra da enumeração – realizar verificações completas e gerais para ter absoluta segurança de que nenhum aspecto do problema foi omitido.
Com o seu método da dúvida crítica, Descartes abalou profundamente o edifício do conhecimento estabelecido.

TIPOS DE IDEIAS
→ A idéia de alma e de Deus são idéias inatas – estão na mente desde o nascimento e serão desenvolvidas pela razão sem o apoio da experiência. Só as idéias inatas são claras e distintas.
→ As idéias adventícias (idéia de Sol ou maçã) são idéias que procedem da experiência.
→ As idéias factícias são idéias forjadas pelo sujeito como é o caso da idéias de sereia ou unicórnio.

POR QUE DESCARTES É CONSIDERADO O PAI DA FILOSOFIA MODERNA?

Por que a sua forma de filosofar é inovadora e prioriza a razão humana, ao contrário da Medieval, escolástica que coloca, em Deus e a Religião, o centro das questões humanas

domingo, 5 de janeiro de 2014

FILME: A OUTRA HISTÓRIA AMERICANA

Trata-se de um importante filme para a reflexão sobre o preconceito racial

Sinopse:
Derek Vinyard (Edward Norton) herdou o ódio diretamente de seu pai. Acreditando na ideologia nazista da supremacia de uma “raça pura”, o jovem se une a uma gangue de cabeças raspadas e mata dois homens negros. Seu destino é a prisão — e, somente quando está atrás das grades, Derek começa a entender como o mundo é de fato e como esteve agindo de maneira imbecil nos últimos anos. 



Quando finalmente é libertado, Derek descobre que seu irmão mais novo, Danny, o considera uma espécie de herói, um mártir para o “movimento”. Vendo o irmão imerso na mesma teia de racismo e violência que outrora quase destruiu sua vida, Derek vai tentar dar fim ao elo de ódio que corre nas veias de sua própria família.

Assista no link abaixo:

O QUE É O SER HUMANO? A CONDIÇÃO ANIMAL COMO PONTO INICIAL NO PROCESSO DE COMPREENSÃO DO HOMEM

FILOSOFIA: 3º ANO 1º BIMESTRE

O conceito de estado de natureza tem a função de explicar a situação pré-social na qual, os indivíduos existem isoladamente. Duas foram as principais concepções do estado de natureza:
1. A CONCEPÇÃO DE HOBBES (no século XVII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados e em luta permanente, vigorando a guerra de todos contra todos ou "o homem lobo do homem". Nesse estado, reina o medo e, principalmente, o grande medo: o da morte violenta. Para se protegerem uns dos outros, os humanos inventaram as armas e cercaram as terras que ocupavam. Essas duas atitudes são inúteis, pois sempre haverá alguém mais forte que vencerá o mais fraco e ocupará as terras cercadas. A vida não tem garantias; a posse não tem reconhecimento e, portanto, não existe; a única lei é a força do mais forte, que pode tudo quanto tenha força para conquistar e conservar.
RESUMO: o homem é mal e egoísta por natureza

2.A CONCEPÇÃO DE ROUSSEAU (no século XVIII), segundo a qual, em estado de natureza, os indivíduos vivem isolados pelas florestas, sobrevivendo com o que a Natureza lhes dá, desconhecendo lutas e comunicando-se pelo gesto, pelo grito e pelo canto, numa língua generosa e benevolente. Esse estado de felicidade original, no qual os humanos existem sob a forma do bom selvagem inocente, termina quando alguém cerca um terreno e diz: "É meu". A divisão entre o meu e o teu, isto é, a propriedade privada, dá origem ao estado de sociedade, que corresponde, agora, ao estado de natureza hobbesiano da guerra de todos contra todos.
RESUMO: o homem é o bom selvagem e a civilização que o corrompe

3.  A CONCEPÇÃO DE FREUD Para Freud o homem é um ser de desejo. Sigo com as três instâncias básicas: o id, regido pelo "princípio do prazer", instância que acompanha o ente humano desde a sua origem, tinha a função de descarregar as tensões biológicas, é a reserva inconsciente dos desejos e impulsos de origem genética e voltados para a preservação e propagação da vida. Para Freud, em grande parte, esses desejos seriam de caráter sexual, tendo em mira o prazer. O superego, também inconsciente é gradualmente formado no "Ego". O Superego faz a censura dos impulsos que a sociedade e a cultura proíbem ao Id, impedindo o indivíduo de satisfazer plenamente seus instintos e desejos. É o órgão da repressão, particularmente a repressão sexual. Manifesta-se á consciência indiretamente, sob a forma da moral, como um conjunto de interdições e de deveres, e por meio da educação, pela produção da imagem do "Eu ideal", isto é, da pessoa moral, boa e virtuosa. 
O Superego ou censura desenvolve-se em um período que Freud designa como período de latência, situado entre os 6 ou 7 anos e o inicio da puberdade ou adolescência. Nesse período, forma-se nossa personalidade moral e social. O ego é a consciência, ou a racionalidade. É a menor e mais frágil parte da vida psíquica, subtraída aos desejos do Id e à repressão do Superego.
 Lida com a estimulação que vem tanto da própria mente como do mundo exterior. Racionaliza em favor do Id, mas é governado pelo "princípio de realidade", ou seja, a necessidade de encontrar objetos que possam satisfazer ao Id sem transgredir as exigências do Superego. 

RESUMO: o homem é um ser de instinto, parcialmente racional e imensamente influenciado pela inconsciência.

4- NA CONCEPÇÃO DE SARTRE: o homem é o nada de predisposições, tábula rasa ( não tem nada de inato) foi lançado ao mundo sem justificativa, não decidiu existir e, por isso, tem a liberdade absoluta de escolher o homem que deseja ser, isto é, de fazer-se o homem que corresponde às expectativas do seu próprio projeto de vida.
A existência precede a essência, ou seja, primeiro o homem nasce, se relaciona com os outros e depois desenvolve a sua personalidade e o seu ponto de vista sobre a vida. Ou seja, o homem é aquilo que faz de si mesmo enquanto existe. Nas palavras de Sartre: O homem nada mais é do que o seu projeto; só existe na medida em que se realiza; não é nada além do conjunto de seus atos, nada mais que sua vida (SARTRE, 1987, p. 13).

RESUMO: O homem é o nada a priori e será aquilo que fizer de si mesmo ao longo da sua existência


                                                                                 De: Michel Gustavo de Almeida Silva

sábado, 4 de janeiro de 2014

UNIDADE 731



A Unidade 731 – foi uma unidade secreta de pesquisa e desenvolvimento de guerra biológica do exército imperial japonês que utilizou seres humanos em experiências secretas durante a Segunda Guerra Mundial e Segunda Guerra Sino-Japonesa (1937-1945). 
Ao terminar a Primeira Guerra Mundial em 1918 os médicos do exército Japonês, começaram a estudar os produtos químicos e biológicos usados durante os combates na Europa. O Comandante Terunobu Hasebe foi escalado para controlar os resultados obtidos por uma equipe de 40 cientistas dirigidos pelo doutor Ito. 
Em pouco tempo, as observações do grupo de experts demonstraram que se tratavam de armas capazes de produzir devastações em massa nos exércitos inimigos, mas para o orgulhoso exército Imperial, aquilo parecia desonroso demais. No entanto, esta atitude mudaria depois da viagem de um desconhecido médico ao ocidente.
Shirou Ishii se graduou na Universidade de Kyoto em 1920, e imediatamente entrou no exército. Em 1924, voltou à Universidade de Kyoto para cursar estudos especializados, casando com a filha de Torasaburo Akira presidente da universidade, doutorando-se em 1927. 
Um ano depois foi enviado a Europa com o cargo de adido militar, viajando durante dois anos em diversas ocasiões a América, familiarizando-se com as investigações biológicas dos países Ocidentais. 
Com o seu regresso ao Japão, tratou de promover, investigar e fabricar armas biológicas. Sua teoria baseava-se em que a guerra moderna só poderia ser ganha, com o uso da ciência e sua capacidade para produzir armas de destruição em massa. 
Um fato fortuito ajudou a unidade japonesa à implantar as teorias de Ishii. 
Depois de seu regresso da Europa, um tipo de meningite atacou a região de Shikoku. Ishii desenhou um filtro d’água especial que ajudou a parar a expansão da doença. Sua capacidade como bacteriólogo começou a se tornar famosa, sobre tudo no exército, onde apresentou a epidemia como uma mostra do resultado que podiam dar suas armas científicas. 
As armas biológicas industriais resultavam ser ideais para o seu país, cujos recursos naturais eram muito pobres. Em plena carreira armamentística, pouco importou sua falta de moralidade, Ishii encontrou partidários poderosos de suas ideias no exército: o Coronel Tetsuzan Nagata, chefe de assuntos militares, o Coronel Yoriniichi Suzuki, chefe do lST, a seção táctica do Estado Maior do Exército Imperial, o Coronel Ryuiji Kajitsuka chefe do escritório médico do exército e o Coronel Chikahiko Koizumi, cirurgião chefe do Exército. 
O apoio definitivo veio do Ministro do Exército Sadao Araki líder de uma facção fundamentalista do exército.
Em 18 de setembro de 1931, o Japão ocupou a todo o nordeste da China. Ishii e sua unidade de investigação bacteriológica estabeleceu-se ao norte de Manchuria  onde o exército de Kuantung podia manter um fornecimento ilimitado de prisioneiros chineses para realizar toda a classe de experimentos humanos.
Ao final de agosto de 1932, Ishii levou um grupo de 10 cientistas da Universidade Médica do Exército para fazer uma “turnê” na Manchuria e regressou com a decisão de assentar definitivamente o seu centro de investigações em um lugar perto do riu Peiyin a 20 quilômetros ao sul de Harbin. O centro foi inaugurado no final de 1932 sob o nome de Unidade de Kamo ou Unidade Togo. Ishii foi promovido a coronel e recebeu um orçamento de 200.000 Ienes. 
Em 1936 estabeleceram-se definitivamente duas unidades por ordem de Imperador Hirohito: Uma era a unidade de Ishii sob o nome de Prevenção Epidêmica e Seção de purificação de Água do Exército de Kuantung. (O nome só foi modificado para Unidade 731 em 1941) que foi transladada a uma nova base em Pingfan a 20 quilômetros a sudoeste de Harbin
A segunda foi a Unidade de Yujiro Wakamatsu (depois mudou de nome para Unidade 100) estabelecendo-se em Mengchiatun, perto de Changchun, com o nome de Seção de Prevenção de Doenças Veterinárias do Exército de Kuantung. Em junho de 1938, a Unidade 731 teve pronta a sua base de Pingfang que ocupava uma área de 32 quilômetros quadrados ocupada por 3.000 pessoas entre cientistas e técnicos.
Na campanha de 13 de agosto de 1937, e ante o atento olhar das armadas ocidentais, o exército japonês usou gás venenoso contra as tropas chinesas. Antes de entrar em combate contra os aliados na Segunda Guerra, o Japão utilizou pelo menos em 5 ocasiões os produtos de guerra bacteriológica na China, tentando produzir epidemias e pragas: 
Em 4 de outubro de 1940 um avião japonês deixou cair bactérias em Chuhsien, província de Chechiang, causando a morte de 21 pessoas, em 29 do mesmo mês outro avião japonês lançou bactérias sobre Ningpo, igualmente em Chechiang, matando a 99 pessoas, no dia 28 de novembro do mesmo ano, os aliados descobriram que aviões japoneses tinham deixado cair gérmens em Chinhua mas não produziram vítimas, em janeiro 1941o  Japão lançou gérmens em Suiyuan e Shansi causando erupções epidêmicas de certa consideração. Um dos métodos utilizados nesses ataques que na verdade também eram testes, consistiam de lançar dos aviões, conchas, ratos, e pulgas, todos contaminados. A população desse locais, teria comido e se infectado com doenças.
Os Estados Unidos, ante esses resultados não levou o programa biológico japonês à sério, possivelmente porque Japão estava bem longe e não poderia lançar um ataque em massa contra o continente Americano. 
Os relatórios de contra-inteligência da época, surpreendentemente, também afirmavam que os japoneses seriam incapazes de desenvolver sofisticadas armas biológicas sem a ajuda de homens brancos como cobaias. Apesar de que houve testemunhas que disseram que a unidade 731, fez experiências em prisioneiras Russas. (Imagem acima e abaixo) 
Em agosto de 1942, o jornal médico Rocky Mountain publicou um longo artigo com o título “Provas de guerra de gérmens japoneses contra chineses” assombrando os desprevenidos Americanos.
Entre o grande número de prisioneiros japoneses capturados no Pacífico Sul, foram localizados médicos especializados em guerra de destruição em massa. Foi averiguado que o Japão só havia deixado o ocidente saber o que lhes convinha antes de entrar em guerra. Seu programa encontrava-se bem mais avançado do que jamais haviam suspeitado. 
Os americanos descobriram então que Tokio era o centro para a experimentação biológica e pela primeira vez surgiu o nome de Shiro Ishii como precursor da guerra biológica japonesa, com sua unidade camuflada com especialistas em prevenção epidêmica depois do escritório principal de purificação de água a Harbin. 
De repente, o tamanho da Unidade 731 e suas bombas de gérmens e vírus se tornaram um perigo real. 
A enorme distância que separava o Japão dos Estados Unidos parecia ser a proteção mais segura, mas os japoneses tinham criado um sistema incrivelmente simples e barato de atingir o continente inimigo. Vários submergíveis nipônicos já tinham lançado balões com cargas incendiarias sobre a costa dos Estados Unidos e Canadá. 
Os aliados consideravam as armas ridículas, pois não obtinha nenhum resultado, só produzia pequenos incêndios. 
Aqueles incêndios eram observados dos submarinos onde eram anotados os sucessos e as falhas em atingir a costa, de tal modo que Ishii e seus homens pudessem calcular a quantidade de balões que eram preciso serem lançados com armas biológicas para que mesmo com as falhas, o seu resultado fosse letal.
No entanto, uma semana depois desses lançamentos, o Japão se rendeu, o coronel Sanders se encontrava entre o primeiro grupo de americanos que aterrissou no Japão. Sua missão era localizar a máquina de guerra biológica japonesa e o próprio Ishii o mais cedo possível. 
Nos seguintes três meses, Sanders interrogou a muitos membros militares e cientistas da Unidade 731, entre eles a Yoshijiro Umezu, Chefe do Pessoal do Exército de Kuantung, o Comandante Chefe do Exército, o deputado coronel Tomosa Masuda, o especialista Junichi Kaneko, mas não o próprio Ishii que sempre escapava de suas mãos. 

Depósito de cadáveres da unidade
Em setembro de 1945, Sanders descobriu que a Unidade 731 estava envolvida em horrorosos experimentos com humanos. O general MacArthur foi informado das incríveis torturas e suplícios que tinham passado, não só os presos chineses, mas também os próprios americanos e contestou: “Precisamos de mais evidências. Simplesmente não podemos atuar sem mais. Continue. Faça mais perguntas. E fique calado sobre tudo isto”. 
Sanders ficou apenas dez semanas no Japão pois começou a se sentir doente. Tratava-se de uma tuberculose que lhe demorou dois anos para re-estabelecer a saúde. A segunda fase de investigação foi realizada pelo tenente coronel Thompson, um veterinário. 
Quando Coronel Thompson chegou ao Japão, o Tribunal Militar Internacional para o Extremo Oriente, mal tinha começado os seus julgamentos sobre os criminosos de guerra japoneses. 
Por fim foi localizado Shiro Ishii.Tentando ocultá-lo, os soviéticos haviam o declarado morto, a notícia foi publicada nos jornais e foi simulado um enterro em sua terra natal. O interrogatório de Ishii durou do dia 17 de janeiro a 25 de fevereiro de 1946. 
Ishii negociou os seus conhecimentos em troca não só pelo indulto e o de seus homens, mas também para que fosse apagado por completo o seu histórico e assim pudesse levar uma vida normal. Shiro Ishii depois de sua estadia nos Estados Unidos voltou ao Japão recebendo as máximas honras. Morreu em 1959 de um câncer na garganta depois de ter sido governador de Tokio, presidente da Associação Médica e do Comité Olímpico do Japão no pós-guerra. 

As dissecações eram sem anestesia
Aquela proteção a uns cientistas que causaram sofrimento e dor sem o menor remorso, repeliu a muitos dos americanos que interviram em sua proteção e ocultamento. O coronel Thompson terminou se suicidando e o general MacArthur se manifestou contra aquela atuação de seu governo e foi retirado da missão por petição própria. 

Crianças Chinesas eram dissecadas vivas
Experimentos com seres humanos similares aos realizados pelo grupo de Ishii, foram condenados como crimes de guerra pelo Tribunal Militar Internacional no julgamento contra os criminosos de guerra nazistas, começado em Nüremberg em 30 de setembro de 1946. No entanto, o governo dos Estados Unidos perdoou os cientistas japoneses em troca de seus segredos na guerra bacteriológica, se amparando na justificativa de que se aproximava um possível confronto com a União Soviética. 

Experimentos realizados pela unidade 731. 
Dissecação de pessoas vivas para experimentos de laboratório e em ocasiões assassinados simplesmente para documentar a morte. O número de pessoas utilizado para este fim ia de 400 às 600 a cada ano. 
A partir da segunda metade de 1940, as tropas agressoras japonesas começaram o uso em grande escala de armas bacteriológicas, e desencadearam todo o tipo de doenças infecciosas como a cólera, o tifo, a peste, antrax, difteria e bactéria da disenteria. 
Congelavam os prisioneiros e submetiam-nos a técnicas de desidratação severas e documentavam a agonia. 
Expunham-nos a bombas para aprender a curar os feridos japoneses. Bombardearam povoados e cidades chinesas com pulgas infectadas e deram aos meninos guloseimas com antrax. Depois entravam para comprovar os danos à população e levavam os doentes ainda vivos para os abrir e aperfeiçoar a arma. 
Contaminaram as fontes d’água. 
Alguns dos experimentos levados a cabo ali, incluíam injectar nos sujeitos, bactéria causadores da peste bubônica produzidas em moscas infectadas, para depois registrar a evolução da doença e inclusive dissecá-los em estado consciente. 
Os japoneses experimentaram de tudo: Fungos, febre amarela, tularemia, hepatite,gangrena gasosa, tétano, cólera, disenteria, febre escarlatina, antrax, mormoencefalite dos carrapatos, febre hemorrágica, difteria, pneumonia, meningite cérebro espinhal, doenças venéreas, peste bubônica, tifo, tuberculose e outras doenças endêmicas da China e Manchuria. Realizaram provas com cianureto, arsênico, heroína, com veneno de serpentes e de peixe baiacu
Neste programa morreram mais de 10.000 pessoas. 

Alguns morreram como consequência das investigações. Outros foram executados quando ficaram tão fracos que não podiam continuar na Unidade 731 e em outros tantos pontos se fizeram testes com insetos, e todo o tipo de gérmens. Testavam a resistência humana ao botulismo, antrax, brucelose, cólera, disenteria, febre hemorrágica, sífilis e também a resistência aos raios X. 
Outros experimentos contavam com prisioneiros sendo pendurados de cabeça para baixo, para provar quanto tempo tomava os condenados a se asfixiarem, injeção de ar nas artérias para demonstrar o tempo dos sintomas iniciais da embolia, injeção de urina de cavalo nos rins, demonstrar quanto tempo podia sobreviver uma pessoa com desnutrição, serem colocados em câmeras de alta pressão ou em centrífugas até morrer, injeção de sangue animal para o estudo de seus efeitos, realização de experimentos para definir a relação entre temperatura, queimaduras e sobrevivência humana, injeção de água do mar como substituto de solução salina e ser enterrado vivo.