Viva o conhecimento.

Viva o conhecimento.
''Uma vida não examinada não merece ser vivida''._SÓCRATES

segunda-feira, 30 de dezembro de 2013

O UTILITARISMO DE STUART MILL

Stuart Mill, filósofo inglês do século XIX, contactou desde cedo com as ideias de Jeremy Bentham, amigo de seu pai e fundador do utilitarismo. Na adolescência manifestou o desejo de modificar o mundo através de reformas sociais e políticas. Com Comte, fundador do positivismo, partilhava a ideia de construir uma ciência positiva dos factos sociais que permitisse assegurar a ordem e o progresso da sociedade. No entanto, ao contrário de Comte, o positivismo de Mill, influenciado pelo espírito científico e empirista inglês, afasta-se de qualquer pretensão metafísica de encontrar princípios ou verdades absolutas. Por isso, na sua obra "Utilitarismo", argumenta contra toda a tentativa de fundamentar a moral em valores ou princípios absolutos. As propostas filosóficas de Stuart Mill pretendem afirmar o Homem, os seus direitos e liberdades fundamentais, acreditando que cada indivíduo se encontra em processo de evolução. A ideia de progressão do espírito humano é central na sua filosofia.

O hedonismo

O utilitarismo clássico adpta o princípio hedonista segundo o qual a finalidade da vida humana é a felicidade. A felicidade poderá ser encontrada pela vivência ou fruição de diferentes prazeres (ligados ao corpo ou ao espírito). Stuart Mill atribui maior importância aos prazeres ligados ao espírito e aos sentimentos nobres da amizade, da honestidade, do amor, etc. São estes prazeres que permitem verdadeiramente ao homem ser feliz.
Todas as ações desenvolvidas pelo homem terão como principal objectivo a felicidade. A felicidade identifica-se com o Bem Supremo. Todas as ações moralmente boas surgem, assim, como instrumentos para alcançar a felicidade. Com efeito, caberá ao indivíduo - sempre em processo de evolução - o papel de escolher acertadamente e agir com retidão no sentido do bem.

A utilidade como critério de moralidade

Para que o indivíduo saiba discernir as boas das más ações, isto é, para que possa justificar devidamente as suas escolhas, é preciso encontrar um critério geral de moralidade Este critério é apresentado por Stuart Mill do seguinte modo: "O credo que aceita a utilidade, ou Princípio da Maior Felicidade, como fundamento da moralidade, defende que as ações estão certas na medida em que tendem a promover a felicidade, e erradas na medida em que tendem a produzir o reverso da felicidade. Por felicidade, entende-se o prazer e a ausência de dor; por infelicidade, a dor e a privação de prazer."
É segundo este critério que toda a ação útil se torna legítima. Todavia, a felicidade alcançada não faz do critério moral utilitarista um critério fomentador do egoísmo.
Os prazeres espirituais são os que, segundo Mill, proporcionam a verdadeira felicidade. Com efeito, a oral utilitarista não exclui o altruísmo e a dedicação ao outro.
Segundo a ética utilitarista, o princípio da maior felicidade estabelece que as ações praticadas devem ser capazes de trazer a máxima felicidade para o maior número possível de indivíduos. Ora, a máxima felicidade para todos (humanidade) surge como o objectivo principal da filosofia utilitarista.

O consequencialismo

A concepção utilitarista da moralidade faz depender a moralidade das ações das suas consequências: se o resultado de uma ação for favorável ao maior número, então a ação será moralmente correta e moralmente incorreta se os resultados não forem positivos para a maioria. Independentemente do que se tenha praticado, o valor da ação estará sempre nas vantagens que foi capaz de trazer ou nas consequências da sua concretização.
Criticando a perspectiva kantiana, Stuart Mill manifesta a sua desconfiança face à importância atribuída ao motivo da ação em detrimento das consequências da ação.

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

CONSIDERAÇÕES SOBRE A COISIFICAÇÃO DO SER HUMANO

Quem diria que aquela pretensão egocêntrica e megalomaníaca dos europeus de colonizar o mundo com a desculpa de levar adiante o seu processo civilizatório, iria culminar na barbárie? Estamos assistindo pelo internet, celular e televisão a propagação da barbárie. Qual é o valor da vida humana? Essa é a grande questão a ser debatida. Questão essa que jamais deveria ser o foco de debates, por que a vida não tem medidas. Mas, a realidade está tão feia, que, já se cogita o fim da humanidade e o fim do planeta Terra.

Modernidade, o período das luzes, do progresso da emancipação humana, da razão evoluída, isso na teoria dos europeus, por que no nosso pragmatismo cotidiano, na prática a teoria é outra. Faz mais de quinhentos anos que a humanidade prioriza o ‘’ter’’ em detrimento do ‘’ser’’, ou seja, as coisas, o poder; valem mais do que as pessoas. A tônica da nossa sociabilidade é razão calculista que faz do homem um ser opressor, controlador e faz do outro um objeto manipulável_ um meio para se obter um fim. Esse é o grande problema da nossa era, a modernidade; o homem não vê o outro como um fim em si mesmo e sim como um meio para se obter um fim

É certo que o processo civilizatório promovido pelos europeus trouxe certo progresso à diversos povos do mundo, mas, também exterminou a singularidade de cada cultura. A História que aprendemos na escola é eurocêntrica, isto é, dá destaque a visão do colonizador, pois, sabemos muito do Nazismo, mas, estudamos pouco a história do Brasil. Que moral que o europeus têm para falar de progresso e civilização ao indígena? E o que Hitler e o povo alemão fizeram? Levaram embora o nosso ouro, escravizaram a África e nivelaram as culturas à ética menor do mercado. Quer algo mais nocivo a sociedade democrática do que o sistema capitalista que exclui a maioria do povo e polariza os seus benefícios nas mãos de uma pequena minoria?

Isso tudo é coisificação e tudo isso é fruto da relação sujeito-objeto, produto teórico do filósofo Descartes _ o pai da modernidade. Claro que , quando Descartes criou o Método Cartesiano e a Penso, logo existo, ele não pensava que as outras pessoas distorceriam a sua teoria. O filósofo só queria superar o pensamento teológico da Idade média, os mitos da antiguidade e dar liberdade para o pensamento humano, ou seja, inaugurar uma nova forma de pensar a vida social. Para isso combateu todos os dogmas, ilusões e ideologias a ponto de duvidar da própria existência. O seu pensamento tirou a autoridade de Deus e da Natureza e colocou a humanidade no centro do mundo. E os europeus, claro, gostaram da idéia e a proliferaram pelas escolas da Europa e mundo afora.

O problema é que eles se colocaram no centro do mundo. O que é a coisificação tem a ver com o método cartesiano? Simples, o pensamento cartesiano dá ao sujeito pensante a autoridade de fazer do mundo, o objeto do seu pensamento. Eu sou o sujeito, o senhor da razão e o mundo e as outras pessoas são objetos da minha racionalidade. Então, as relações humanas passaram a ser mediadas pela razão calculista onde tudo gira em torno do lucro e prazer carnal. O corpo, o tempo e a inteligência do outro podem ser minhas propriedades. Entende-se por “coisificação” um processo no qual cada um dos elementos da vida social perde seu valor essencial e passa a ser avaliada apenas como “coisa”, ou seja, quanto a sua utilidade, quanto a sua capacidade de satisfazer certos interesses. 


A coisificação vai de encontro a cidadania e promove a não cidadania porque exclui a ética das relações humanas e coloca os interesses pessoais acima dos diretos humanos.


Exemplo de coisificação: Escravidão, trabalho forçado, exploração sexual, tráfico de pessoas.

A DESIGUALDADE RACIAL, UMAS DAS FORMAS DE DESIGUALDADE ENTRE OS HOMENS


Ao longo da história humana, a crença na existência de raças superiores e inferiores foi utilizada para justificar a escravidão ou o domínio de determinados povos por outros.
A desigualdade racial, ou racismo, é a tendência de pensamento ou atitude humana, que dá grande importância a uma suposta existência de raças humanas diferentes e com diferenças em superioridade entre elas. Não se trata de uma teoria científica, mas de um conjunto de opiniões incoerentes, cujo principal objetivo é alcançar a valorização, generalizada e definida, de diferenças biológicas entre os homens, reais ou imaginárias.

Essa doutrina afirma que existem raças puras, que estas são superiores às demais e que tal superioridade autoriza uma hegemonia política e histórica a certo povo.
Contudo essa crença é equivocada, pois, não há comprovação científica de que um povo é superior ao outro. Ainda que a Biologia possa ter usado a palavra raça para definir grupos de indivíduos distintos no interior da mesma espécie, é importante salientar que esse conceito passou a ser recusado pela comunidade científica, após as atrocidades da Segunda Guerra mundial, onde podemos frisar o fato histórico do massacre dos judeus nos campos de concentração com base nas teorias de raça.

O tipo mais comum de desigualdade racial encontrado é o que ocorre entre brancos e negros, mas também observamos muitos outros tipos de discriminação racial, como a que ocorreu no regime do ditador Adolf Hitler, que acreditava ser a raça ariana (pessoas brancas de uma determinada região européia) aquela superior em relação às outras, uma vez por ele concebido o conceito de raças humanas. 
Dado esse fato, Hitler promoveu um verdadeiro extermínio a judeus e pessoas de outras raças, o conhecido Holocausto, onde mais de 6 milhões de pessoas foram exterminadas.